sexta-feira, 19 de maio de 2017

Histórias da Fórmula 1 (18): GP de Mônaco 1957

19 de maio de 1957. Há exatos 60 anos, foi realizado o GP de Mônaco, após quatro meses desde que máquinas e pilotos se juntaram para correr na Argentina, palco da primeira corrida dessa temporada de Formula 1. E durante esse tempo houve muitas modificações nas equipes e em alguns pilotos, cuja ausência se sentia de forma dolorosa.

Na Ferrari, o italiano Eugenio Castellotti e o espanhol Alfonso de Portago estavam mortos, vítimas de acidentes. O primeiro, um mês antes, quando testava em Modena, e o segundo durante as Mille Miglia, na semana anterior a este GP do Mônaco, quando um dos pneus do seu Ferrari estorou e matou ele, seu navegador, e mais dez espectadores.

Na Maserati, Juan Manuel Fangio era rei e senhor na equipe, depois de que Stirling Moss se ter transferido para a Vanwall, ao lado de Tony Brooks. Ao lado de Fangio estava seu compatriota Carlos Menditeguy, o americano Harry Schell, o italiano Guido Scarlatti e o alemão Hans Hermann. Ainda havia mais Maseratis inscritos, dois da Scuderia Centro Sud para o americano Masten Gregory e para o francês Andre Simon, e as inscrições privadas de Luigi Piotti e o britânico Horace Gould.

A Ferrari tinha quatro carros inscritos, para Peter Collins, Mike Hawthorn, Maurice Trintignant e o Wolfgang Von Trips. Na BRM, dois pilotos britânicos estavam inscritos: Ron Flockhart e Roy Salvadori. Na Connaught, estavam outrtos dois carros, para os pilotos britânicos Stuart Lewis-Evans e o Ivor Bueb. E para finalizar, estavam dois Cooper, pertencentes ao britânico Les Leston e um desconhecido australiano chamado Jack Brabham.

Na qualificação, Fangio foi o melhor, acompanhado na primeira fila pelo Ferrari de Collins e pelo Vanwall de Moss. Tony Brooks era o quarto, no segundo Vanwall, seguido pelo segundo Ferrari de Mike Hawthorn. Maurice Trintignant era o sexto, no Ferrari, seguido pelo Maserati oficial de Menditeguy e o Maserati da Centro-Sud de Schell, e a fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Von Trips e Masten Gregory, no segundo Maserati da Scuderia Centro-Sud.

Contudo, apenas 16 pilotos poderiam competir no Principado e houve cinco não-qualificados: Hans Hermann, Luigi Piotti, André Simon, Roy Salvadori e Les Leston foram os pobres contemplados.

A corrida, que consistia em 105 voltas, começa com Moss a ser melhor do que Fangio, com Collins na terceira posição. Mas antes do final da primeira volta, o britânico consegue passar para o segundo posto e ir atrás do seu compatriota. Mas na volta 4, Moss e Hawthorn abandonam devido a acidentes. O piloto da Vanwall despista-se na chicane do Porto, enquanto que Hawthorn, para não bater em Moss, despista-se e bate no muro. Incólume, corre depois para a boxe da Ferrari e pede a Von Trips para que ceda o seu carro para ir atrás de Fangio. Com isto, Fangio volta à liderança, com Brooks atrás dele, mas à medida que as voltas passavam, a diferença entre os dois só aumentava. Atrás, Menditeguy era terceiro, mas teve de parar para trocar de pneus, quando danificou um dos seus aros ao atingir a borda de um passeio. Schell herdou o terceiro lugar, mas na 23ª volta, um dos braços da suspensão do seu Maserati cedeu e foi obrigado a abandonar. Quem herdou a posição foi Jack Brabham, no seu pequeno Cooper, mas era acossado por Trintignant. A briga durou por algumas voltas, mas acabou quando o francês da Ferrari começou a ter problemas com o seu motor e teve de ir aos boxes.

Com isto, a corrida ficou com os três primeiros correndo de forma relativamente isolada, mas pouco depois, Menditeguy estava em cima de Brabham para ver se ficava com o terceiro lugar, algo que conseguiu. Atrás, Hawthorn, agora pilotando no carro de Von Trips, tinha chegado ao quarto lugar e estava chegando no Maserati do argentino. Menditeguy faz rodou e abandonou na volta 51, ficando apenas sete carros na pista. Na volta 95, o motor do carro de Hawthorn estorou, ficando apenas seis carros no GP.

No final, Fangio vence uma corrida longa e dura, com 25,2 segundos de vantagem sobre Tony Brooks. Masten Gregory surpreende a todos com o seu terceiro lugar, conseguindo o seu primeiro pódio e o primeiro de um piloto americano numa prova de Fórmula 1 sem ser as 500 Milhas de Indianápolis. Stuart Lewis-Evans foi quarto no seu Connaught, enquanto que o último lugar pontuável ficou nas mãos de Maurice Trintignant, a cinco voltas do vencedor. Histórias da Fórmula 1...



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