quarta-feira, 31 de maio de 2017

Histórias da Fórmula 1 (19): GP de Mônaco 1987

31 de maio de 1987. Há exatos 30 anos, lá estava eu sentado em frente da TV, como quase sempre. Só não estive em frente da TV nas corridas de Fórmula 1 quando acompanhei ao vivo no autódromo.

O charmoso circuito de rua de Monte Carlo sempre foi um desafio à parte dentro da temporada para os pilotos de Fórmula 1. Até então, em 37 anos de história (dentro da Fórmula 1, já que o Grand Prix existia antes mesmo da criação do campeonato), nenhum brasileiro havia comemorado uma vitória. Ayrton Senna tinha chegado perto logo em seu ano de estreia (1984, quando chegou em segundo lugar).

A temporada de 1987 para Senna tinha começado com bem mais dificuldades do que havia terminado a anterior. Até chegar em Monte Carlo, Ayrton tinha abandonado em duas das três provas disputadas (Brasil e Bélgica), tendo o segundo lugar em San Marino como a única prova completada. Para este ano, a Lotus tinha o novo sistema de suspensão ativa, que poderia ajudar bastante o brasileiro nas variações do asfalto monegasco. Apesar desse fato, o sistema nunca havia sido testado em Mônaco, o que poderia causar um pouco de desconfiança na equipe.

Durante a classificação no sábado, Ayrton Senna conseguiu o segundo tempo para o grid de largada. Nigel Mansell fez a pole position com 0s672 de vantagem para o brasileiro. A segunda fila foi composta pela Williams de Nelson Piquet e a McLaren de Alain Prost. Michele Alboreto e Eddie Cheever formaram a terceira fila.

A polêmica em Mônaco era a ação da FISA (Fédération Internationale du Sport Automobile), que permitiu a participação dos 26 carros na prova, o que poderia causar um verdadeiro engarrafamento nas ruas do Principado. Normalmente, os 6 piores nos treinos ficavam de fora, largando apenas 20 carros, o que havia acontecido em Mônaco no ano anterior. Por força dos patrocinadores da Fórmula 1, todos os 26 alinharam para a disputa.

Outra situação curiosa antes da corrida é que a primeira fila do GP anterior se repetiria. Senna e Mansell bateram ainda na primeira volta da prova na Bélgica, o que acabou tirando de ambos a chance de vencer a prova em Spa. Senna falou com a imprensa e disse que isso não seria problema. “O risco sempre existe, mas o Mansell já declarou que o que aconteceu em Spa é coisa do passado. Nós dois também já conversamos na sala do diretor da corrida. Acho que a largada aqui é perigosa, mas desta vez espero completar a primeira volta”.

A prova no domingo começou com Mansell mantendo a ponta. O britânico mantinha uma vantagem de 11 segundos para Ayrton quando, na volta 29, viu o turbo do seu motor Honda ter problemas, obrigando sua Williams abandonar a prova. Senna assumiu a ponta e a partir daí, foi soberano na corrida. Desfilou sem sustos por outras 49 voltas e ainda teve tempo de fazer a melhor volta da prova com 1min27s685, antes de cruzar a bandeirada consagradora, com 33 segundos de vantagem sobre Nelson Piquet, que completou a dobradinha brasileira. Michele Alboreto da Ferrari também subiu no pódio.

Pela primeira vez um piloto brasileiro vencia em Mônaco. Foi uma das vitórias mais festejadas por Ayrton. O piloto se descontraiu após a bandeirada conversando com os mecânicos de sua equipe pelo rádio da Lotus. Num gesto louvável, aproveitou o momento de emoção para agradecer um a um pelo trabalho de preparação do carro para a corrida.

Quando notei que não podia acompanhar o ritmo de Mansell, preferi poupar meus pneus e freios para não ter dificuldades na segunda metade da corrida. Com a desistência de Mansell, minha maior preocupação passou a ser com os retardatários e, principalmente, em não perder a concentração”, afirmou Senna após a prova.

Durante a comemoração, nem o príncipe Rainier de Mônaco escapou do banho de champanhe que Ayrton Senna queria dar no mundo. Uma alegria infinita para um momento que ele repetiria outras cinco vezes durante a carreira no Principado. Depois de comemorar bastante sua vitória com a equipe, Senna recebeu um convite especial do próprio Príncipe Rainier para o tradicional jantar da família real, que acontece depois das provas em Monte Carlo.

Essa foi a quinta vitória de Ayrton Senna na Fórmula 1, a primeira de um carro com suspensão ativa na categoria. O campeonato agora tinha Prost com 18 pontos, Senna com 15, Johansson 13 e Piquet com 12. Mansell era o quinto com 10 pontos. Histórias da Fórmula 1...



sexta-feira, 26 de maio de 2017

Programação automobilística (174)

Confira abaixo a programação automobilística para este final de semana, com data e horário de Brasília e as transmissões de TV para o Brasil.

Fórmula 1
Mônaco (Monte Carlo)

28/05/2017 - 09h00min  Globo ao vivo

IndyCar
500 Milhas de Indianápolis

28/05/2017 - 13h00min  Band / Bandsports ao vivo

Nascar
Chalotte

Sprint Cup - 28/05/2017 - 19h30min  Fox Sports 2 ao vivo
Xfinity Series - 27/05/2017 - 14h00min  Fox Sports 2 ao vivo

Copa Truck
Goiânia

28/05/2017 - 14h00min  Sportv 3 ao vivo

Fórmula 2
Mônaco (Monte Carlo)

1ª corrida - 26/05/2017 - 06h25min  Sportv 2 ao vivo
2ª corrida - 27/05/2017 - 11h05min  Sportv 2 ao vivo

Porsche SuperCup
Mônaco (Monte Carlo)

28/05/2017 - 04h40min  Sportv 2 ao vivo

World Superbike
Inglaterra (Donington Park)

Superbike 1ª corrida - 28/05/2017 - 06h00min
Superbike 2ª corrida - 28/05/2017 - 10h50min  ESPN ao vivo
SuperSport - 28/05/2017 - 07h50min  ESPN ao vivo
SuperSport 300 - 28/05/2017 - 06h45min  ESPN ao vivo
SuperStock 1000 - 28/05/2017 - 09h00min  ESPN ao vivo

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Histórias da Fórmula 1 (18): GP de Mônaco 1957

19 de maio de 1957. Há exatos 60 anos, foi realizado o GP de Mônaco, após quatro meses desde que máquinas e pilotos se juntaram para correr na Argentina, palco da primeira corrida dessa temporada de Formula 1. E durante esse tempo houve muitas modificações nas equipes e em alguns pilotos, cuja ausência se sentia de forma dolorosa.

Na Ferrari, o italiano Eugenio Castellotti e o espanhol Alfonso de Portago estavam mortos, vítimas de acidentes. O primeiro, um mês antes, quando testava em Modena, e o segundo durante as Mille Miglia, na semana anterior a este GP do Mônaco, quando um dos pneus do seu Ferrari estorou e matou ele, seu navegador, e mais dez espectadores.

Na Maserati, Juan Manuel Fangio era rei e senhor na equipe, depois de que Stirling Moss se ter transferido para a Vanwall, ao lado de Tony Brooks. Ao lado de Fangio estava seu compatriota Carlos Menditeguy, o americano Harry Schell, o italiano Guido Scarlatti e o alemão Hans Hermann. Ainda havia mais Maseratis inscritos, dois da Scuderia Centro Sud para o americano Masten Gregory e para o francês Andre Simon, e as inscrições privadas de Luigi Piotti e o britânico Horace Gould.

A Ferrari tinha quatro carros inscritos, para Peter Collins, Mike Hawthorn, Maurice Trintignant e o Wolfgang Von Trips. Na BRM, dois pilotos britânicos estavam inscritos: Ron Flockhart e Roy Salvadori. Na Connaught, estavam outrtos dois carros, para os pilotos britânicos Stuart Lewis-Evans e o Ivor Bueb. E para finalizar, estavam dois Cooper, pertencentes ao britânico Les Leston e um desconhecido australiano chamado Jack Brabham.

Na qualificação, Fangio foi o melhor, acompanhado na primeira fila pelo Ferrari de Collins e pelo Vanwall de Moss. Tony Brooks era o quarto, no segundo Vanwall, seguido pelo segundo Ferrari de Mike Hawthorn. Maurice Trintignant era o sexto, no Ferrari, seguido pelo Maserati oficial de Menditeguy e o Maserati da Centro-Sud de Schell, e a fechar o "top ten" estavam o Ferrari de Von Trips e Masten Gregory, no segundo Maserati da Scuderia Centro-Sud.

Contudo, apenas 16 pilotos poderiam competir no Principado e houve cinco não-qualificados: Hans Hermann, Luigi Piotti, André Simon, Roy Salvadori e Les Leston foram os pobres contemplados.

A corrida, que consistia em 105 voltas, começa com Moss a ser melhor do que Fangio, com Collins na terceira posição. Mas antes do final da primeira volta, o britânico consegue passar para o segundo posto e ir atrás do seu compatriota. Mas na volta 4, Moss e Hawthorn abandonam devido a acidentes. O piloto da Vanwall despista-se na chicane do Porto, enquanto que Hawthorn, para não bater em Moss, despista-se e bate no muro. Incólume, corre depois para a boxe da Ferrari e pede a Von Trips para que ceda o seu carro para ir atrás de Fangio. Com isto, Fangio volta à liderança, com Brooks atrás dele, mas à medida que as voltas passavam, a diferença entre os dois só aumentava. Atrás, Menditeguy era terceiro, mas teve de parar para trocar de pneus, quando danificou um dos seus aros ao atingir a borda de um passeio. Schell herdou o terceiro lugar, mas na 23ª volta, um dos braços da suspensão do seu Maserati cedeu e foi obrigado a abandonar. Quem herdou a posição foi Jack Brabham, no seu pequeno Cooper, mas era acossado por Trintignant. A briga durou por algumas voltas, mas acabou quando o francês da Ferrari começou a ter problemas com o seu motor e teve de ir aos boxes.

Com isto, a corrida ficou com os três primeiros correndo de forma relativamente isolada, mas pouco depois, Menditeguy estava em cima de Brabham para ver se ficava com o terceiro lugar, algo que conseguiu. Atrás, Hawthorn, agora pilotando no carro de Von Trips, tinha chegado ao quarto lugar e estava chegando no Maserati do argentino. Menditeguy faz rodou e abandonou na volta 51, ficando apenas sete carros na pista. Na volta 95, o motor do carro de Hawthorn estorou, ficando apenas seis carros no GP.

No final, Fangio vence uma corrida longa e dura, com 25,2 segundos de vantagem sobre Tony Brooks. Masten Gregory surpreende a todos com o seu terceiro lugar, conseguindo o seu primeiro pódio e o primeiro de um piloto americano numa prova de Fórmula 1 sem ser as 500 Milhas de Indianápolis. Stuart Lewis-Evans foi quarto no seu Connaught, enquanto que o último lugar pontuável ficou nas mãos de Maurice Trintignant, a cinco voltas do vencedor. Histórias da Fórmula 1...



segunda-feira, 8 de maio de 2017

Histórias da Fórmula 1 (17): GP da Espanha 1977

8 de maio de 1977. Há exatos 40 anos, a Fórmula 1 aparecia pela primeira vez na Europa naquele ano, depois de estar na Argentina, Brasil, África do Sul e Estados Unidos. Na Espanha, o número de inscritos aumentou significativamente: de 22 inscritos em Long Beach, o número subiu para 31 em Jarama, com as chegadas de carros como o da Hesketh, que inscrevia dois carros para o britânico Rupert Keegan e o austríaco Harald Ertl.

Quem também regressava ao ativo era Frank Williams, que tinha adquirido um March e obtido o patrocínio da companhia áerea Saudia, com o belga Patrick Néve ao volante. Arturo Merzário tinha decido montar a sua própria equipe, adquirindo um chassis March, e outros dois chassis da mesma marca estavam presentes, com o regressado Ian Scheckter e o britânico Brian Henton.

A BRM também estava presente, com um carro para o veterano sueco Conny Andersson, que, aos 37 anos, fazia a sua estreia na categoria máxima do automobilismo. O local Emilio de Villota estava presente, com um velho chassis McLaren M23 e, por fim, o britânico David Purley, famoso por ter tentado salvar o seu compatriota Roger Williamson, quatro anos antes, estava presente com o seu próprio chassis, o LEC, a firma pertencente à familia.

No final das duas sessões de qualificação, o melhor foi o Lotus de Mario Andretti, que conseguia aqui a sua primeira pole position do ano e queria lucrar com o bom resultado da corrida anterior, em Long Beach. Jacques Laffite era um surpreendente segundo classificado no grid, enquanto que a segunda fila era um monopólio da Ferrari, com Niki Lauda em terceiro e Carlos Reutemann o quarto.

No domingo de manhã, durante o warm up, Niki Lauda sofre um acidente e fratura uma das costelas que tinha fraturado meses antes, em Nürburgring. Assim sendo, não pode correr, deixando o seu lugar no grid vazio. Poucas horas depois, no momento da partida, Mario Andretti mantém a liderança, com Laffite atrás e Reutemann no terceiro lugar. O francês tenhou desalojar o americano nas primeiras voltas, mas pouco depois, um dos seus pneus começou a rolar ameaçadoramente fora do seu lugar, e ele teve de entrar nos boxes.

Carlos Reutemann herdou o segundo lugar, mas não conseguiu tirar Andretti da liderança, sendo uma corrida incrivelmente monótona durante esse tempo, apesar da recuperação de Laffite. Atrás, houve mais movimento: Hunt herdou o terceiro posto, mas teve problemas de motor e desistiu na décima volta, e Watson ficou com o lugar. Contudo, ele rodou e caiu duas posições, atrás de Scheckter e Mass. Chegaria ao fim no quinto lugar, mas ficou sem combustível.

No final, e sem ser muito incomodado, Mário Andretti conseguia a sua segunda vitória consecutiva, com Carlos Reutemann e Jody Scheckter a acompanhá-lo no pódio. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o McLaren de Jochen Mass, o segundo Lotus de Gunnar Nilsson e o Brabham de Hans-Joachim Stuck. Histórias da Fórmula 1.