quarta-feira, 5 de março de 2014

Os números da Fórmula 1 para 2014 (3)

Hoje é a vez do número 13. Este número que é considerado por muitos o número do azar, volta à Fórmula 1 após 38 anos através de Pastor Maldonado, que, oficialmente, não justificou o porquê da escolha.

Número 13 - Pastor Maldonado - Lotus / Renault

A mística do uso do número 13 é uma superstição famosa no automobilismo. São poucas as categorias em que podemos ver carros com este número. Este assunto poderia voltar aos tempos da Última Ceia, quando Jesus Cristo reuniu seus discípulos ao redor de uma mesa, alguém estabeleceu uma relação entre o número de pessoas sentadas à mesa (13) e o final, que foi que nada menos que o assassinato do anfitrião. Sem dúvida, um mal começo para um número que encontramos em muitas ocasiões lamentáveis em toda a história.

Desde a invenção do automóvel e a realização de corridas entre eles, o número 13 apareceu em alguns deles. O primeiro azarado que temos notícia foi Paul Torchy, que teve seu motor de sua Delage apagado na largada do Grande Prêmio de San Sebastian em 1925, uma corrida com 13 pilotos no grid. Ainda em 1925, Paul Torchy morreu em uma corrida na Espanha após bater em uma árvore com seu carro de número 13. No ano seguinte, o conde italiano Giulio Masetti, com seu Delage que lava o número 13 (e não o número 17, que é o número tradicional a má sorte na Itália) em San Sebastian sai da corrida de 1926 e morre.

Richard Seaman, a quem o número 13 dava calafrios, em uma sexta-feira 13, quando se disputava a 13ª Copa Acerbo em Pescara, onde Seaman sofre um acidente no quilômetro 13. Sua segunda aventura termina em tragédia: no Grande Prêmio da Bélgica de 1939, somente havia 13 pilotos no grid, e ele foi o último a ser inscrito... Tinha então 26 anos e, a bordo do seu Mercedes (que leva o número 26) no quilômetro 13, parou nos boxes durante 26 segundos, e faltando 13 voltas para a conclusão da corrida, que lidera neste momento, sofre um acidente terrível. Foi conduzido em estado gravíssimo ao hospital, mas faleceu no quarto número 39 em 26 de junho de 1939 (todos os números múltiplos de 13). O Automóvel Clube da França proibiu o uso do número 13 em competições dos anos 1930, exemplo seguido por outras instâncias oficiais. Os italianos mantém uma atitude semelhante com o número 17 e os japoneses sofrem calafrios ante a perspectiva de ter que pilotar um carro com o número 4. Assim, Satoru Nakajima e Ukyo Katayama correram com os Tyrrel com o número 3, e Nakajima se negou em 1986 a pilotar um Fórmula 3000 que levava este número, trocando com John Nielsen para poder conduzir o número 5. Há uma explicação: a pronúncia do número 4 é idêntica a da palavra "morte". Tem sentido.

Mas, porque não se usava-se o número 13 na Fórmula 1? Bom, apenas em três ocasiões houveram pilotos que usaram este número... voluntariamente. Von Strachwitz Mauritz tentou classificar seu Lancia no GP da Alemanha 1953 (Nürbrugring) e não conseguiu. Dez anos depois, Moises Solana no Grande Prêmio do México 1963 (Cidade do México) em seu BRM P57 foi o último dos que completaram a corrida. Em 1976, Divina Galica no Grande Prêmio da Grã-Bretanha (Brands Hatch) em seu Surtees TS16, motor Ford, sequer classificou-se para a corrida.

Os números do número 13: 3 pilotos já utilizaram este número. Nenhum título, nenhuma vitória, nenhuma pole position, nenhuma melhor volta, nenhum pódio e nenhum ponto sequer em apenas um GP disputado.

Moises Solana usando o número 13 no GP do México 1963

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