Este foi o decisivo GP da temporada de 1951, onde Juan Manuel Fangio (Alfa Romeo) chegou com três pontos de vantagem sobre Alberto Ascari (Ferrari) na briga pelo título. Nas seis etapas anteriores (excluindo as 500 Milhas de Indianápolis que eles nem disputaram) foram três vitórias para cada um.
Mas, já naquele tempo, a Ferrari fazia algumas besteiras na estratégia. A equipe italiana escolheu erroneamente pneus traseiros de 16 polegadas, menores que os de 18 polegadas usados pela Alfa Romeo. A borracha não agüentou muito tempo e seus pilotos tiveram de fazer algumas paradas nos boxes a mais, que naquela época significavam muito tempo de atraso.
Desta forma, Fangio conquistou o primeiro de seus cinco campeonatos sem muito trabalho, apenas administrando sua vantagem no circuito urbano de Pedralbes, em Barcelona.
Webber tracionou melhor, mas Vettel fechou a porta do parceiro na largada. O australiano segurou a onda para evitar qualquer tipo de incidente e o alemão manteve a ponta. Determinado a superar as duas McLarens para não deixar seu rival na luta pelo título escapar, Alonso tirou um coelho da cartola na primeira volta e fez uma ultrapassagem dupla nos carros prateados. Porém, na curva seguinte, Hamilton – por dentro – e Jenson Button – por fora – deram o troco. O espanhol ainda conseguiu sair do duelo em quarto, à frente de Hamilton. Massa e Bruno se mantiveram, respectivamente, em sexto e 13º. Quem se deu mal foi Schumacher. O alemão teve um pneu furado após ser tocado por Vergne, da Toro Rosso. Os dois tiveram que seguir para os boxes para reparos e voltaram no fim do pelotão.
Enquanto Alonso brigava com as McLarens, Vettel aproveitava para abrir na liderança. E o espanhol não perdeu muito tempo. Na quarta volta, acionou a asa móvel e superou Button para assumir a terceira posição. Duas passagens depois, foi a vez de Hamilton ganhar a colocação do companheiro. Em dez voltas, Vettel abriu três segundos de vantagem sobre Webber, e 7,4 segundos sobre Alonso. Disputa mesmo era pelo quarto lugar. Menos de dois segundos separavam Button, Massa e Kimi Raikkonen. Outra boa briga foi entre Nico Hulkenberg, da Force India, com Sergio Perez pela oitava colocação. O alemão deve assumir o cockpit da Sauber em 2013, enquanto o mexicano troca o time suíço pela McLaren.
Um pouco mais atrás, Bruno aproveitou a ultrapassagem de Romain Grosjean sobre Pastor Maldonado na curva 4 e deu o bote sobre o companheiro para subir para 11º. Foi a primeira de uma série de belas manobras do brasileiro na prova (confira no vídeo). Pérez, que tinha feito seu pit stop e voltado em 16º, foi precipitado ao tentar recuperar o terreno perdido. Primeiro, tentou ultrapassar Ricciardo, mas freou tarde e levou o famoso “xis”. Ao tentar superar o rival novamente, tocou no bico da STR, furou o pneu e precisou voltar para os boxes e decidiu abandonar a prova. Na luta para entrar na zona de pontuação, Bruno protagonizou uma bela disputa com Nico Rosberg, que conseguiu se manter em décimo. Na parte da frente, ao mesmo tempo em que Vettel abria de Webber, Alonso se aproximava do australiano da Red Bull. Na 25ª volta, o alemão estava 10 segundos à frente do companheiro que, por sua vez, tinha menos de dois segundos de vantagem sobre o espanhol.
A partir da 26ª volta, começou a primeira e única rodada de pit stops. Quem abriu as atividades foi Button. Massa foi para os boxes três passagens depois e retornou à pista logo à frente de Raikkonen. No entanto, o finlandês havia parado duas voltas antes e, com pneus mais aquecidos, superou o brasileiro. Após a prova, Massa contou que deixou o finlandês passar na frente na curva 3 para poder acionar o DRS na reta seguinte e recuperar a posição. Caso não agisse desse modo, provavelmente o brasileiro é quem seria a vítima da asa móvel do “Homem de Gelo” e dificilmente teria chance de recuperar a posição.
Bruno fez sua parada e retornou em 13º, atrás de Maldonado e Kobayashi. De “camarote”, viu o japonês da Sauber tocar e furar o pneu traseiro de seu parceiro de Williams e ganhou uma posição. Pouco depois, passou Koba e assumiu o 11º lugar. Líder da prova e do campeonato, Vettel foi para os boxes na 34ª passagem e voltou com folga à frente de Webber, que havia parado pouco antes. O australiano seguia buscando conter a pressão de Alonso, terceiro colocado.
Pelo rádio, a Ferrari motivava o espanhol: “Você é um lutador, um talento extraordinário”, disse o engenheiro. E Alonso tratou de fazer jus aos elogios na pista. Voltou a colar em Webber, mas precisou adiar o bote por algumas voltas por não poder acionar a asa móvel em razão de uma bandeira amarela provocada pelo abandono de Pedro de la Rosa. Mas na 48ª volta não teve jeito. Com o DRS ativado, superou o australiano e assumiu a segunda posição. A dez voltas do fim, Bruno fez mais uma bela manobra. Por fora na curva 4, finalmente conseguiu superar Rosberg e entrou na zona de pontuação.
Na ponta, Vettel seguiu administrando uma vantagem de cerca de dez segundos, agora para Alonso, para rumar para a vitória. Mas não sem antes levar um pequeno susto: a seis volta do fim, o assoalho de sua Red Bull começou a arrastar no chão e sair faísca. De olho na oportunidade da vitória com o possível problema de Vettel, Alonso forçou o ritmo mas acabou cometendo alguns erros e voltou a ficar distante. Mas o alemão manteve a tranquilidade e cruzou a linha de chegada em primeiro para conquistar a quarta vitória consecutiva no campeonato, a150ª de um motor Renault. Hamilton chegou a pressionar Webber, mas não conseguiu tirar o podium do australiano. Button completou com a McLaren em quinto com direito ao melhor tempo da prova na última volta (1'28"203), a 100ª de um motor Mercedes na Fórmula 1. Massa chegou em sexto, seguido de perto de Raikkonen. Hulkenberg, Grosjean e Senna completaram a zona de pontuação.
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